sexta-feira, 1 de julho de 2011

Hereditariedade vs Meio

Cada ser humano tem características próprias, características que os tornam únicos. No entanto, para conseguirmos explicar este facto, temos que ter em conta dois aspectos essenciais: o meio e a hereditariedade. Assim sendo, ao conjunto de características que uma pessoa recebe por hereditariedade dá-se o nome de genótipo e ao conjunto de características que um individuo apresente, resultado da sua hereditariedade e de influência do meio, denominamos fenótipo. Um indivíduo é, ao longo da sua vida, muito influenciado pelo meio. Assim, o meio é constituído por elementos que intervêm no comportamento de cada indivíduo. De realçar, que esta influência é também notória nos nove meses em que a criança está a desenvolver-se – meio intra-uterino –, uma vez que se a mãe se alimenta mal, ingere álcool, é toxicodependente, etc., estes comportamentos inadequados da mãe podem trazer problemas físicos e mentais no desenvolvimento da criança, provocando nesta uma dependência das mesmas substâncias.  

A genética também tem grande influência nas características de um indivíduo. Referimos sempre a influência nas características físicas (a cor da pele, dos olhos, do cabelo, etc.), porém, a influência genética actua também sobre as estruturas orgânicas – sistema nervoso e endócrino –, que são determinantes no comportamento humano.
Há quem defenda que o nosso desenvolvimento é influenciado sobretudo pelo meio, ou principalmente pela hereditariedade. Porém, a hereditariedade não pode exprimir-se sem um meio apropriado, assim como o meio não tem qualquer efeito sem o potencial genético. Por isto, afirma-se que a hereditariedade e o meio interagem, determinando o desenvolvimento orgânico, psicomotor, a linguagem, a inteligência, a afectividade, etc.

Para melhor entendermos este "confronto" foi-nos mostrado um documentário sobre uma rapariga selvagem, Genie. Genie é o pseudónimo pelo qual ficou conhecida Susan M. Wiley nascida a 18 de Abril de 1957 e viveu praticamente todos os seus primeiros 13 anos em total isolação da sociedade. Foi descoberta pelas autoridades de Los Angeles no 4 de Novembro de 1970.
Quando descoberta, Genie desconhecia a linguagem e obteve um desempenho equivalente ao de uma criança de quinze meses de idade num teste cognitivo.

O presente documentário traz uma abordagem de casos de seres humanos, em especial o de Genie, que cresceram longe de qualquer convívio com algum ser humano. Absolutamente isoladas, sem condições de aprender a realizar tarefas básicas de seres humanos. Muitas até mesmo criadas com e por animais, de modo que crescem e quando são encontradas apresentam comportamentos que se assemelham aos animais com que viveram dentre outros distúrbios graves, e a certeza de que elas serão para sempre incomunicáveis.
A Genie não se desenvolveu apesar de estar geneticamente preparada para isso, não foi estimulada nem posta em contacto com o meio o que fez com que o seu desenvolvimento ficasse “estagnado”.
Sem dúvida que o desenvolvimento da linguagem é um factor genético, porque só o ser humano é capaz de falar e escrever, mas as potencialidades para a conduta verbal só se manifesta em virtude do relacionamento com as outras pessoas.
Assim podemos concluir que a hereditariedade atribui características ao ser humano que precisam de um meio favorável para se desenvolver.

Documentário: Genie, a rapariga selvagem
Parte I

Parte II

Part III

Part IV

Part V

Parte VI

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