sexta-feira, 1 de julho de 2011

Desenvolvimento ao Longo da Idade Adulta

No que concerne ao desenvolvimento do adulto e a família devemos ter atenção a dois acontecimentos importantes: o casamento e a paternidade/maternidade.
A unidade conjugal continua proporcionando um meio de intimidade prolongada, perpetuando a cultura e a gratificando as necessidades interpessoais. Os problemas conjugais podem levar ao divórcio, mas ocorrem também em casamentos que não terminam com este final.
O papel de manutenção da estabilidade familiar e de evitar a dissolução do casamento não é exercido por essas instâncias. Devido à diminuição das pressões, os procedimentos para a separação e o divórcio expandiram-se. Surge, assim, a necessidade de serviços especializados em aconselhamento conjugal. A terapia conjugal é uma forma de psicoterapia para pessoas casadas em conflito uma com a outra, apresentando uma dinâmica mais aprofundada que o aconselhamento conjuga. Tanto um quanto o outro procura ajudar os parceiros a lidarem de modo mais eficaz com seus problemas.
No que diz respeito à paternidade/maternidade, vários problemas devem ser enfrentados para a criação de um filho. Os filhos podem reacender nos pais conflitos infantis ou apresentarem doenças que desafiem os recursos emocionais da família.
Os homens, geralmente, estão mais preocupados com o trabalho, enquanto as mulheres estão mais preocupadas com seu papel de mãe. Entretanto esse quadro vem mudando nos últimos anos, com o aumento do número de mulheres que ingressam no mercado de trabalho. Devido ao aumento no número de divórcios, cresce a taxa de filhos de famílias monoparentais. Essas crianças apresentam maior incidência de baixo rendimento escolar e problemas emocionais; alguns são precoces, devido ao fato de terem assumido maiores responsabilidades muito cedo.

Teoria de Sternberg: Importância da sexualidade e intimidade

Intimidade: sentimento de proximidade, de ligação, partilha de actividades, pensamentos e sentimentos.
Paixão: forma de activação que leva à atracção física e comportamento sexual.
Compromisso/ Decisão: CP: decisão de que se ama alguém; LP: compromisso de manter o amor.
 
Tipo de Amor
Intimidade
Paixão
Decisão/ Compromisso
Não amor
-
-
-
Gostar
+
-
-
Amor cego
-
+
-
Amor vazio
-
-
+
Amor romântico
+
+
-
Amor companheiro
+
-
+
Amor tolo
-
+
+
Amor perfeito
+
+
+

Amizade (gostar): é uma relação afectiva, a princípio sem características romântico-sexuais, entre duas pessoas. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição. Neste aspecto, pode-se dizer que uma relação entre pais e filhos, entre irmãos, demais familiares, cônjugesnamorados, pode ser também uma relação de amizade, embora não necessariamente. ou
Paixão: é uma emoção de total fascínio, admiração que se sente por outra pessoa, é um sentimento muito intenso. Mas como só tem a vertente da paixão e tem em falta e intimidade e o compromisso pode desaparecer muito rápido, de um momento para o outro.
Amor vazio: casos que o amor se apaga, perdendo a intimidade e a paixão, restando somente o compromisso. Também na antiguidade, os casamentos realizados apenas em função dos desejos e acordos dos pais e não dos filhos que se iam casar assentavam neste tipo de amor, baseados no compromisso sem qualquer intimidade ou paixão.
Amor romântico: é uma relação emocional(intimidade) e física (paixão)sem nenhum compromisso.
Amor companheiro: é o sentimento que existe em relações familiares, de amizade fortes ou relacionamentos longos sem interesse sexual. Acontece também em casamentos onde a paixão acaba, e a intimidade e o compromisso que possuem com um único intuito de partilha de vida.
Amor tolo: transmite um sentimento forte de paixão associado a um compromisso, mas não tendo intimidade.
Amor perfeito: é um relacionamento ideal, que possui intimidade, paixão e compromisso. Deve estar em constante “estimulação e manutenção” para que não perca nenhuma das suas três bases, pois se isso acontecer deixa de ter o estatuto de amor perfeito.

Relações Interpessoais:

Não obstante as diferenças existentes nas formas de nos relacionarmos uns com os outros (relação entre pais e filhos, entre amantes, entre amigos, etc.):
  •         Proximidade física
  •         Afiliação
  •         Beleza (atracção física)
  •         Semelhenças interpessoais,
  •         Reciprocidade,
  •         Complementariedade.

Vídeos:

Desenvolvimento Moral (por Kolberg)

Teoria de Kohlberg
•Kohlberg investigou o desenvolvimento do raciocínio moral, com base em dilemas.
•Com base nestas questões e dilemas, Kohlberg postulou 3 níveis de raciocínio moral cada um deles subdivididos em 2 estádios, perfazendo um total de 6 estádios. 


Nível 1: Moralidade Pré-Convencional
Neste nível, o indivíduo raciocina em relação a si mesmo e ainda não compreendeu ou integrou totalmente as regras e expectativas sociais.


1- Estádio do castigo e da obediência
Evitar infringir regras que acarretem punições, obediência em si mesma, evitar danos físicos a pessoas e bens. 


2- Estádio do objectivo instrumental individual e da troca:
Seguir as regras apenas quando se trata do interesse imediato de alguém; agir por forma a satisfazer os próprios interesses ou necessidades e deixar os outros fazerem o mesmo.


Nível 2: Moralidade Convencional
Neste nível o indivíduo considera correcto aquilo que está conforme e que respeita as regras, as expectativas e as convenções da sociedade.


3- Estádio das expectativas interpessoais mútuas, dos relacionamentos e da conformidade: Corresponder às expectativas das pessoas mais próximas ou àquilo que as pessoas geralmente esperam dos indivíduos na nossa posição. “Ser bom” é importante e significa ter boas intenções, mostrar interesse pelos outros e estabelecer relações recíprocas como a confiança, a lealdade, o respeito e a gratidão.


4- Estádio da preservação do sistema social e da consciência:
Cumprir os deveres com os quais concordámos. As leis são para ser cumpridas , excepto em casos
extremos, em que entrem em conflito com outros deveres sociais estabelecidos.

Nível 3: Moralidade Pós-Convencional
Um indivíduo situado neste nível compreende e aceita as regras da sociedade na sua globalidade, mas apenas porque primeiramente aceita determinados princípios morais gerais que lhes estão subjacentes. No caso de um desses princípios entrar em conflito com as regras da sociedade, o indivíduo julgará com base nesse princípio e não na convenção social.


5- Estádio dos direitos originários, do contrato social ou da utilidade:
Ter consciência de que as pessoas defendem diferentes valores e opiniões, de que grande parte dos valores e das regras são específicos de determinado grupo embora devam ser normalmente respeitados a fim de se garantir a imparcialidade ou isenção, até porque fazem parte do contrato social. Determinados valores e direitos não específicos como a vida e a liberdade, porém, têm de ser forçosamente defendidos em qualquer sociedade, independentemente da opinião da maioria.


6- Estádio dos princípios éticos universais:
Seguir princípios éticos por nós escolhidos. As leis particulares ou os acordos sociais são normalmente válidos porque se baseiam nesses princípios.
Quando as leis violam esses princípios, agimos de acordo com o princípio. Os princípios são premissas
universais de justiça: igualdade dos direitos humanos e igualdade do ser humano enquanto indivíduo.


As primeiras críticas da Teoria de Kohlberg
As críticas apresentadas dão conta das limitações do modelo cognitivo/estruturalista, não colocando em põem em causa o próprio modelo, numa tentativa de superar as respectivas falhas ao nível do modelo , como é o caso da falta de “ligação” entre o raciocínio moral e a própria experiência do sujeito, inscrita numa complexidade relacional e contextual. 
Revisões posteriores da teoria de Kohlberg
Kohlberg reviu a sua teoria para dar resposta a estas criticas, criando então um novo sistema de classificação designado Avaliação, ou Índice. Este sistema avalia de forma individual, e com referentes claros, as respostas do item seleccionado dadas por determinado indivíduo para cada dilem.

Conclusão
Relembramos que o desenvolvimento da moralidade é necessário para que a vida em grupo, a vida social, seja possível; que a conquista da autonomia moral seja desejável para que todo o ser humano possa avaliar as regras de seu grupo e decidir se elas estão de acordo com os princípios de justiça que promovem a dignidade inviolável da humanidade; a liberdade; a solidariedade e a igualdade.

Desenvolvimento Moral (por Piaget)

O desenvolvimento do raciocínio ou reflexão moral
  • O raciocínio moral, refere-se ao modo como consideramos certo ou errado um determinado acto.
  • O modo como o raciocínio moral ou juízo de valor moral se desenvolve, diz respeito à idade em que a criança poderá ser considerada moralmente responsável.
  • O raciocínio moral está ligado ao desenvolvimento cognitivo, pelo que é designado por perspectiva cognitiva do desenvolvimento
  • Os trabalhos realizados nesta área foram iniciados de forma pioneira por Piaget e Kohlberg.
A teoria de Piaget
  • Na nossa prática educacional, perguntamo-nos frequentemente como as crianças lidam com as regras (de jogo ou sociais). E mais: o que podemos esperar de cada idade do desenvolvimento humano, no que diz respeito às relações da criança com os aspectos da justiça e da moral.
  • Piaget debruçou-se sobre estas questões e, a partir das suas experiências e observações, propôs que a forma pela qual as crianças lidam com as regras, com a justiça e a moral, varia no decorrer do processo de desenvolvimento.
Os três estádios de Piaget

Piaget estabeleceu três estádios de consciência infantil das regras:
1 estádio, até aos 4 ou 5 anos - as regras não eram compreendidas.

2 estádio, dos 4/5 aos 9/10 anos - as regras tinham origem numa autoridade superior (por exemplo, adultos,
Deus, Câmara Municipal) e não podiam ser alteradas.

3 estádio, dos 9/10 anos em diante - as regras eram estabelecidas por mútuo acordo dos jogadores e por essa razão podiam ser mudadas caso todos os jogadores concordassem.

Piaget concluiu...
Crianças diferentes adquiriram versões diferentes das regras e, ao jogarem juntas, essas discrepâncias tornar-se-ão evidentes e terão de ser resolvidas. De acordo com Piaget, este contacto com pontos de vistas divergentes constituía um elemento crucial para o desenvolvimento da moralidade autónoma de reciprocidade.